quinta-feira, outubro 11, 2007

As duas mulheres.

Duas mulheres únicas. Duas mulheres distintas.
Duas mulheres diferentes e ao mesmo tempo duas mulheres semelhantes.
Semelhantes até por suas grandes diferenças.
Uma queria contrariar a outra, não cometer os mesmo erros que esta e por fim tentar fugir do inevitável, o inevitável era que tinham o mesmo sangue, as mesmas origens, é inegável o fato de que uma pertencia à outra em tantos sentidos diferentes. Sentidos. São tantos os sentidos. São tantas as fases da vida. Quantas emoções uma mulher pode sentir em sua vida inteira? Alegria, felicidade, paixão, amor, desilusão, tristeza, angustia, sofrimento, infelicidade, felicidade novamente. Esse ciclo de sentimentos, essa montanha-russa de emoções pode fazer parte de apenas um dia na vida de uma mulher. E as duas mulheres sentiam-se muitas vezes assim, como se estivessem viajando eternamente nessa grande montanha-russa de emoções felizes e trágicas, memoráveis aventuras. Uma sentia-se sozinha abandonada, fracassada amorosamente. A outra se sentia assim também, mas negava sempre, nunca deixava muito clara as suas verdadeiras emoções em relação ao amor para os outros, só para ela mesma.
Muitas vezes trocavam seus papeis.
Muitas vezes uma consolava a outra com dureza e firmeza, teria que mostrar o quanto era forte para que essa outra também ficasse forte, mesmo sem se sentir assim. Quem deveria servir de exemplo para a outra às vezes não cumpria o papel. Ninguém é perfeito. As duas mulheres eram imperfeitas. Imperfeições. Cheias de imperfeições. Tinham imperfeições por todos os lados. Em cada esquina existia uma lhes apontando o dedo e rindo de suas caras amargas. As duas mulheres encontravam-se todos os dias, cada uma com sua rotina, mas sempre em algum momento do dia se viam e conversavam, mas nem sempre conversavam, muitas vezes apenas se viam e não tinham sobre o que conversar, mas uma sempre presente na vida da outra. Mesmo distantes, mesmo em cidades diferentes, mesmo a beira do precipício sempre estavam juntas, quase um casamento, um vinculo inexplicável, secreto, estranho, às vezes sentiam ódio. Ódio de quem lhes fazia sofrer, ódio por não terem poder para mudar seus destinos. Ódio. Amor. Amor. Amor. Amores. Já amaram, já foram amadas e sentem amor uma pela outra.

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