sexta-feira, agosto 31, 2007

Segunda chance.

A cidade chora, bueiros entupidos, ruas alagadas, todos em casa. Ninguém quer sair se divertir, ninguém quer se molhar, então ficam esperando a chuva passar. Todos esperam o carnaval chegar, o sol sair, o arco-íris surgir em meio a um céu nublado, cinza, sem cores. A tempestade piora, casas inundadas, carros vazios boiando no meio das ruas...
Nada acontece, só a espera. Nada pior na vida do que a incerteza, todos estavam incertos de quando a chuva passaria, iria embora, os deixaria em paz. No jornal noticias dizendo que esse foi o pior temporal já presenciado em anos. O que fizemos para enfurecer os deuses assim? A natureza se revoltou conosco, com a humanidade, incompetentes, injustos, a natureza está furiosa. Olhando pela janela o nível da água ia subindo e subindo. Nada seria feito? Só a espera da morte? O desaparecimento total dos bairros, cidades, estados e países! E nossas crianças? E o futuro? Não há mais futuro. Não há mais enredo, nem prosa. Não há porque de haver, está tudo perdido. No caos mães perdem os filhos, pois estes ficaram na escola esperando alguém chegar. Maridos não conseguem chegar em casa para encontrar suas famílias em meio a tanto tumulto. Todos estão sozinhos. Até o mais cético começa a rezar, a pedir repetidamente a alguém maior para que o dilúvio passe... Todos unidos em uma só esperança, a da vida, que as coisas não acabem assim, uma segunda chance para mudar os velhos hábitos, o comodismo eterno... Amigos que brigaram no colégio tentam se falar, ligar para o telefone celular, mas nada funciona. Todos querem se redimir pedir desculpas, perdoar, mas o tempo está se esgotando, acabando, não há mais tempo para erros, quem semeou a discórdia que agora se vire. Em meio ao temporal catastrófico, vários morrem, não resistem à idéia do fim do mundo e preferem ir na frente, enquanto outros nascem e parecem trazer esperança.
Uma segunda chance foi dada. O sol vai saindo aos pouquinhos, os raios quase como uma pintura, iam iluminando gradativamente a cidade, divino, até que tudo em amarelo ficou, o que era lágrima vira riso, gargalhada. O que era magoa, vira perdão. O que era raiva vira felicidade. A simples felicidade de respirar sem medo. De chegar em casa e rever os entes queridos, de abraçar quem não via há anos e a grande alegria de ter uma segunda chance, pois é merecido, é merecido...

quarta-feira, agosto 29, 2007

Acabou o papo furado aqui.

Chega de coversa mole!

ouve ai..

The Von Bondies - C´mon, C´mon



TOMA.. é rock, meu filho.

Deus, Zeus, Buddha...seja o que for.

Eu estava vivendo minha vida da forma errada, achando que era a certa.
Tanta pressa, desgaste e indignação quando existia a contradição. Contradição, ser contrariado... Nem sempre as coisas acontecem do jeito previsto, do jeito sonhado. Por isso existem tantas pessoas infelizes e com raiva no mundo, são aquelas contrariadas, essas não aprenderam a aceitar. E a aceitação vem com o tempo e o tempo cedo ou tarde chega e com ele vem à calma. A calma existe dentro daqueles que souberam amadurecer independente do rumo de suas vidas, independe de quantas vezes existiu a queda, a derrota, as lágrimas secam e a vida continua.

Eu não sou muito religiosa, não tenho uma religião propriamente dita, não sei nem se acredito em Deus, acredito muito que existe algo maior do que o terreno, do que esse mundo carnal... Acredito mesmo. Mas também não sei bem se apenas acredito por achar que esse mundo é cheio de imperfeições terríveis, como guerras, políticos orgulhosos, pessoas lutando pelas causas erradas é uma coisa difícil de assistir sentada na sala e não ter como fazer alguma coisa. Pensar que existe algo, além disso que é o agora é bem confortante, a espera de plenitude, de pura luz é bastante confortante. E eu quero acreditar que existe uma luz no final do túnel...

Hoje assisti a um filme muito bom e complexo, a Fonte da vida, e minha mente fez um bloom, sim, um bloom, minha mente floresceu, foi um deserto florescer. O filme me deu muito que pensar. Sobre a vida terrena, morte, aceitar a morte, renascimento assuntos delicados e infinitos. A história do filme, resumindo, é de um neurocirurgião Tommy que tenta salvar a esposa da morte, pois esta estava com um tumor no cérebro (coisa grave sabe) essa parte é o presente no filme, depois tem o passado que é o mesmo personagem tentando achar a árvore da eternidade (algo desse tipo) para salvar sua rainha que no presente era sua esposa (ah, a esposa estava escrevendo um livro sobre isso que com a morte vem à criação, pois existe um mito maia que diz que essa árvore da eternidade nasceu de uma pessoa que estava enterrada no solo morta, ele após sua morte virou a árvore) e o futuro é o personagem Tommy no sublime, numa espécie de cápsula que vaga pelo espaço, ta difícil de acompanhar o raciocínio? Mas no filme presente, passado e futuro são misturados. Enfim a esposa morre e ele não consegue salva-la e também não consegue aceitar a morte, ele acha que morte é uma doença como qualquer outra e que existe uma cura, mas na verdade a morte é inevitável, é algo que tem que acontecer na vida de todas as pessoas. E parte numa busca incansável para a eternidade, para acabar com a morte. No passado ele acaba encontrando a árvore da eternidade e bebe o que sai dela transformando-se assim em plantas (e o passado se funde com o futuro, ele na cápsula) e a morte o tornou eterno e no final ele vira energia pura, transformando-se assim em sublime. Bom, essa foi a minha interpretação do filme, foi assim que ele me atingiu.

O aprendizado foi que a aceitação vai ser bem-vinda na minha vida mais intensamente e que no final existe pelo menos a eternidade. O agora é passageiro e digo mais, não devia ser levado tão a serio.

terça-feira, agosto 28, 2007

Hoje e não amanhã.

Acordei do meu cochilo de supetão, pesadelo. Coisa do passado ainda registrada na mente, não é legal, então li uma tirinha do Charlie Brown e me senti bem melhor...




[Penso no amanhã quase que obsessivamente.]

domingo, agosto 26, 2007

Descobri!!!



Aeee!
Sou muito esperta mesmo, mas tenho os amigos certos também.
Taí o tal vídeo. Mika - Grace Kelly.

"Do I attract you?
Do I repulse you with my queasy smile?
Am I too dirty?
Am I too flirty?
Do I like what you like?

I could be wholesome
I could be loathsome
I guess Im a little bit shy
Why dont you like me?
Why dont you like me without making me try?"

Utopia, sem perfeição.

Acordando às duas horas da tarde no domingão, mas que beleza.
Já acordei ouvindo uma boa música. Banda nova MIKA que eu conheci através das minhas amigas francesas em BsAs, é a banda que bomba no momento elas falaram e não é que é boa mesmo. Dá uma vontadezinha de dançar, sabe? Vou colocar o vídeo aqui ó:

Ah, não sei colocar vídeo aqui ainda viu...

Em compensação vou colocar um texto que eu escrevi, ta?


E se fosse possível voltar no tempo toda vez que sentíssemos vontade? Não existiriam mais erros, não existiriam mais desculpas, tudo seria perfeito, pois ninguém quer sofrer. E se depois de uma desilusão amorosa pudéssemos voltar atrás, no tempo, tudo seria perfeito, pois já saberíamos exatamente o que iria acontecer no relacionamento, tudo seria previsível, banal, sem surpresas, sem alardes. Perfeição... é isso que buscamos? A busca da felicidade é essa? Não errar mais... que viagem. Não existiria começo, meio e fim. Voltar no tempo acabaria com a morte? Acabaria com a sorte! Acabaria a espontaneidade, acabaria com os impulsos, com o choro, com a magoa, acabaria com tudo! Ninguém entende ou não quer entender que a importância está no começar e não no acabar. Acabaríamos com o sofrimento do mundo ou outros sofrimentos desconhecidos começariam a existir? Ainda bem que não temos esse poder de voltar no tempo, mas temos o poder de se erguer de uma grande dor, de superar uma imensa decepção, de amar apesar de tanta desilusão, de acreditar naqueles poucos que merecem confiança e com tudo isso conseguir seguir em paz na vida onde a ultima coisa existente é a perfeição.


Quando eu descobrir como coloca vídeo aqui eu volto.

=)

sábado, agosto 25, 2007

Pra que um blog afinal?



Parei pra pensar e percebi que eu faço muito isso, pensar. Penso demais e será que com todo mundo é assim? Os pensamentos são os mais variados de coisas inúteis a frases dignas de um grande poeta, na minha mente já criei até inventos científicos e tive diálogos com pessoas que eu nem conheço ou até mesmo que já estão mortas. O devaneio te pega de jeito sem pedir licença, entra na sua mente sem precisão pra sair. Sem hora, nem lugar marcados. Pode ser no meio de uma aula, em uma mesa de bar com várias pessoas, no meio de um beijo... Não que eu ache o máximo publicar em um blog meus devaneios, experiências de vida, poemas e poesias, não acho. Ou que minhas frases nessas linhas são melhores do que de uma criança de seis anos, não acho mesmo. Mas o fato é que o que eu escrevo é um pouco ou muito da pessoa que eu sou e talvez essas linhas sejam tudo o que eu tenho, bom, mediano ou ruim a minha escrita é assim, um pouco da minha personalidade e eu tenho muito a dizer, quem quiser ler bem-vindo. No tédio dos meus dias, na inconstante inimaginável do ser ou não ser, na escassez de algo novo eu fiz um blog.
E é isso...